A Inteligência Emocional do meu cachorro…

Faz alguns dias, perdi meu grande amigo Pingo. Ele tinha um problema renal crônico e seus rins foram gradativamente parando de funcionar.

Enquanto tentava lidar com meu luto e pensava sobre meu amigo, tive a ideia de escrever esse post. Ele não tem o objetivo de ser algo pesado ou triste, o que, além de levar você a sentir emoções que não desejo, em nada combinaria com meu companheiro sempre sereno e feliz.

Tenho duas grandes intenções com esse texto: eternizar o Pingo, já que contando sobre ele para você, além de mantê-lo vivo dentro de mim, faço com que ele passe a existir também dentro de você e tornar sua passagem por aqui ainda mais significativa, já que o que ele me ensinou poderá mudar também a sua vida.

O Pingo era um dálmata que morreu novo, com apenas 9 anos, mas que desde filhote sempre demonstrou duas características bastante marcantes.

A primeira delas era saber exatamente o que era importante para ele e aproveitar absolutamente todas as oportunidades para vivenciar essas coisas. Ele adorava passear por exemplo, e sempre estava pronto para um passeio, mesmo que estivesse frio, chovendo, com dor, com sono, com fome. Ele era feliz, e era feliz por viver a felicidade em sua essência. Em sua sabedoria canina, instintiva, ele sabia que a felicidade estava no caminho e não no destino, na chegada.

Portanto, se você quer ser feliz como foi meu grande amigo, viva em função das coisas que são importantes para você, aproveite cada oportunidade que aparecer para vivenciá-las. Descubra o que realmente importa e não permita que pensamentos pessimistas, culpas ou objeções equivocadas lhe impeçam de experimentar essas coisas diariamente. Tenha sempre em mente que o segredo da felicidade é experimentá-la um pouquinho todos os dias e não viver uma vida infeliz na esperança de dias mais felizes no futuro. O Pingo sabia que a felicidade que você deixou de viver hoje, nunca mais será recuperada, por isso ele nunca, absolutamente nunca perdia uma oportunidade.

A segunda característica era sua habilidade de demonstrar quanto alguém era importante para ele. Quando me via, se esforçava tanto para demonstrar que estava feliz com isso que não só abanava o rabo, mas toda sua traseira chacoalhava. Ele era capaz de ficar encostado em minha perna, imóvel, por horas. Era simplesmente impossível ficar com ele por 30 segundos sem se sentir alguém especial, amado apenas por ser quem é. Meu cachorro me amava e ponto. Meu time de futebol, meu posicionamento político, minha religião, até mesmo se eu gostava ou não de cachorro, nada disso mudava o fato dele me amar e tentar demonstrar que estar comigo era uma das melhores coisas do mundo, assim como passear e comer biscrok.
Aproveito essa reflexão para lhe perguntar: o quanto você tem se esforçado para mostrar às pessoas que você ama o quanto elas são especiais para você?

Valorize seus relacionamentos e demonstre, sempre que possível, o quanto as pessoas que você ama são importantes para você. Não deixe que elas se esqueçam do quanto é grato(a) por fazer parte da vida delas e o quanto iluminam seu dia quando estão com você. Aprenda a aceitar que somos pessoas diferentes e que, exatamente por isso, pensamos de maneira diferente, isso é uma qualidade não um defeito. Treine sua tolerância e seu respeito pelo próximo.

Sabe, o Pingo não era um cachorro muito inteligente, o que apesar de parecer um defeito era o que o tornava ainda mais especial. Com seu jeito estabanado, meio confuso, ele me mostrou que a inteligência convencional, cognitiva, o famoso QI, está longe de ser um fator determinante para a felicidade e para a capacidade de se relacionar. O que realmente faz a diferença na vida, seja na de um cãozinho, seja na sua, é ser fiel às coisas que são importantes para você, demonstrar o quanto as pessoas que ama são especiais para você e aproveitar cada oportunidade para ser feliz, não amanhã, hoje!

Obrigado meu amigo, pelos anos de cumplicidade, companheirismo, lealdade e muito amor.
Você mudou a minha vida!
Até breve…